Conta uma lenda árabe que um nômade do deserto resolveu, certo dia, mudar de oásis. Reuniu todos os utensílios que possuía e de modo ordenado, foi colocando-os sobre o seu único camelo.
O animal era forte e paciente. Sem se perturbar, foi suportando o peso dos tapetes de predileção do seu dono.
Depois,
foram colocados sobre ele os quadros de paisagens árabes,
maravilhosamente pintados. Na seqüência, foram acomodados os objetos de
cozinha, de vários tamanhos. Finalmente, vários baús cheios de
quinquilharias. Nada podia ser dispensado. Tudo era importante. Tudo
fazia parte da vida daquele nômade, que desejava montar o novo lar, em
outras paragens, de igual forma que ali o tinha.
O
animal agüentou firme, sem mostrar revolta alguma com o peso excessivo
que lhe impunha o dono. Depois de algum tempo, o camelo estava
abarrotado. Mas continuava de pé.
O
beduíno se preparava para partir, quando se recordou de um detalhe
importante: uma pena de pavão. Ele a utilizava como caneta para escrever
cartas aos amigos, preenchendo a sua solidão, no deserto. Com cuidado,
foi buscar a pena e encontrou um lugarzinho todo especial, para
colocá-la em cima do camelo. Logo que fez isso, o animal arriou com o
peso e morreu. O homem ficou muito zangado e exclamou:
"Que animal mole! Não agüentou uma simples pena de pavão!"
Por
vezes, agimos como o nômade da história. Não é raro o trabalhador
perder o emprego e reclamar: "Fui mandado embora, só porque cheguei
atrasado 10 minutos." Ele se esquece de dizer que quase todos os dias
chega atrasado 10 minutos.
Outro
diz: "Minha mulher é muito intolerante. Brigou comigo só porque cheguei
um pouquinho embriagado, depois da festinha com os amigos." A realidade
é que ele costuma chegar muitas vezes embriagado, tornando-se
inconveniente e até agressivo.
Há
pessoas que vivem a pedir emprestado dinheiro, livros, roupa para ir a
uma festa, uma lista infindável. E ficam chateadas quando recebem um não
da pessoa que já cansou de viver a emprestar!
Costuma-se
dizer que é a gota d’água que faz transbordar a taça. Em verdade, todo
ser humano tem seu limite. Quando o limite é ultrapassado, fica difícil o
relacionamento entre as pessoas. No trato familiar, são as pequenas
faltas, quase imperceptíveis, que se vão acumulando, dia após dia. É
então que sucumbem relacionamentos conjugais, acabam casamentos que
pareciam duradouros. Amizades de longos anos deterioram. Empregos são
perdidos, sociedades são desfeitas. Tudo se deve ao excesso de
reclamações diárias, faltas pequenas, mas constantes, pequenos deslizes,
sempre repetidos.
Mentiras
que parecem sem importância. Todavia, sempre renovadas. Um dia surge em
que a pessoa não suporta mais e toma uma atitude que surpreende a quem
não se dera conta de como a sobrecarregara, ao longo das semanas, meses e
anos.
Fique
atento em todas as suas atividades diárias. Não deixe que suas ações
prejudiquem a outros, mesmo que de forma leve. Não descarregue nos
outros a sua frustração ou insatisfação. Preze as amizades. Preserve a
harmonia do ambiente familiar. Seja você, sempre, quem tolere,
compreenda e tenha sempre à mão uma boa dose de bom senso.
Texto escrito com base no texto de Djalma Santos.
(Autor Desconhecido)
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